POESIA GOIANA
Coordenação: SALOMÃO SOUSA
Foto: www.youtube.com/
NASR CHAUL
(Catalão, Goiás, Brasil)
Nasr Nagib Fayad Chaul possui graduação em História pela Universidade Federal de Goiás (1981), mestrado em História pela Universidade Federal de Goiás (1984) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1995). Atualmente é professor titular Aposentado da Universidade Federal de Goiás. Foi Presidente da Agência Goiana de Cultura do Estado de Goiás po 8 anos, órgão que corresponde à Secretaria de Estado da Cultura. Foi Presidente da Fundação Rádio e TV Educativa da UFG de agosto de 2007 a março de 2009.Tem experiência na área de História, com ênfase em História Regional do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: goiânia, memória, coronelismo, estado-novo, goiás e decadência. É também compositor ( letrista ) por 40 anos, trabalhando com os principais músicos de Goiás, tendo cerca de 150 músicas gravadas,tendo uma de suas composições, " Saudade Brejeira " gravada por Caetano Veloso e Zezé de Camargo no Filme " 2 Filhos de Francisco". Foi Assessor Parlamentar do Senador Marconi Perillo entre os anos de 2009/10.Foi Chefe do Gabinete Gestor do Centro Cultural Oscar Niemeyer em Goiânia, Goiás de janeiro de 2011 a setembro de 2015. Atualmente é Superintendente Executivo de Cultura da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte do Estado de Goiás.
Fonte: ESCAVADOR -Informações coletadas do Lattes em 23/06/2020
BRITO, Elizabeth Caldeira, org. Sublimes linguagens. Goiânia, GO: Kelps, 2015. 244 p. 21,5x32 cm. Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques. ISBN 978-85-400-1248-6 BRITO, Elizabeth Caldeira, org. Sublimes linguagens. Goiânia, GO: Kelps, 2015. 244 p. 21,5x32 cm. Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques. ISBN 978-85-400-1248-6
Ex. bibl. Antonio Miranda
EH ! GOIÁS
(Chaul – Fernando Perillo)
Eh! Goiás
O ouro chegou primeiro
As vilas e os arraiais
O Índio e o brasileiro
As Minas e os Gerais
Cerrado do pequizeiro
Eh! Goiás
Estrada de ferro veio
O gado com seus currais
Peão montado no arreio
No tempo das catedrais
Botinas chiando feio
A terra do homem pardo
Nas mãos de Antonio Poteiro
Saudade não tem remédio
Amor não tem cativeiro.
Goiás, meu canto é brasileiro
Catira no bate pé
Folia de Santo Reis (bis)
Eh! Goiás
O mapa cortado ao meio
Divide com o Tocantins
Ninguém fica com receio
Goiás de mulher bonita
Das festas de Jaraguá
Do salto do Itiquira
Formosa e Lagoa Feia
Á beira do Araguaia
Nas noites de lua cheia.
SAUDADE BREJEIRA
(Chaul - José Eduardo Morais)
Que saudade do meu alazão
Do berrante imitando o trovão
Da boiada debaixo do sol
Nos caminhos gerais do sertão.
Das estrelas na noite, luar
Capê-lobo na mata azul
Do arroz com pequi, do ingá
Dos amigos de fé da minha terra
Minha terra de Ribeirão das Caldas
De olhos d´água, magia e procissão
De congadas, do meu chapéu-de-palha
Desse amor natural do coração
Quando mãe traz notícias de lá
A vontade é voltar pra ficar
Me abençoa o céu de Acauã
De ripina, pinhé no pé da serra
Minha serra de ouro e dor dourada
Quanta tristeza nas tardes do sertão
Que a noite transforma em serenata
Cantoria que afasta a solidão
O meu peito goiano é assim:
De saudade brejeira sem fim
Quando gosta ele diz que "trem-bão"
Quando canta a viola é paixão.
AMORES
(Chaul – Fernando Perillo)
O amor de Cora por Vila Boa
O amor de Chaplin pelo cinema
De Narciso por sua pessoa
O amor de Cristo por Madalena
O amor de John Lennon por Yoko
O amor de Sartre por Simone
O amor lúcido e o amor louco
E o que não ouso dizer o nome...
O amor da liberdade de Mandela
O amor dela por mim
O amor do vento pela vela
Riobaldo por Diadorim
O amor dos amores do coração
O amor do vazio e da saudade
O amor dos amores que virão
Em busca da felicidade
O amor de João pelo Grande Sertão
O amor do Índio pelo mato
De Caymmi pelo mar da canção
De Fernanda pelo teatro
O amor de Gandhi pela paz
O de Betinho pela pobreza
De Chico Mendes pelos seringais
O amor de Carmo pela natureza
O amor das canções de Roberto
De longe, amado pela Bahia
De Caetano por João Gilberto
De Vinicius pela poesia...
SEMPRE NO CORAÇÃO
(Chaul – João Caetano)
Você sabe onde fica Goiás? Não!
Aqui no coração
Deixou pra trás a cruz
Bandeirante morreu de paixão
Guardou para si, ficou como antes
A cada estação deu volta por cima
Casou-se menina ao luar do sertão
Virou Vila Boa mas sempre ressoa
No meu coração
Você sabe onde fica Goiás Não!
Aqui no meu coração
Ficou a saudade e a fé
Os segredos e recordações
Por entre os becos e os casarões
Os sinos da Igreja pedindo orações
Chamando as pessoas para coisas do céu
Não tem quem me veja distante das chamas
Do teu fogaréu
Você sabe onde fica Goiás? Não!
Sempre no coração
Na Serra Dourada, no Morro das Lages
Poço do Bispo, Praia da Bagagem
No Rio Vermelho, a noite de lua
Derrama nas água seu manto de prata
E a voz embargada da Cora canção
Um amor infinito te deixou guardada
No meu coração
Você sabe onde fica Goiás?
Bem no fundo do meu coração!
PIRINEUS
(Para Marconi e Valéria)
(Chaul – João Caetano o Otávio Daher)
Lá de cima será que é ouro
Ou a mina de algum tesouro
Cavaleiros por entre as nuvens
Um Cristão na luta com o Mouro
Terra com tantas serras
Cercam meu coração
Acho no seu sorriso
O que falta no meu
Terra das Cavalhadas, Rio das Almas.
Dos Pirineus
Canto com a voz dos sinos,
Com as igrejas
Graças a Deus
Cá embaixo o meu tesouro
Dou em troca de um carinho seu
Valeria se eu fossa um Mouro
Curvaria com fé em Deus
Sonhos de seu menino
Terço na sua mão
Bandeira do Divino
Presa no meu coração.
FADO DA VILA BOA
A vila se chamou Vila Boa
Do além-mar de Lisboa
Cruz do índio Goyá
A vila, minha terra encantada
Não tem ouro e nem prata
Tudo brilha por si!
Vida não conhece fronteiras
Mãe de outras Bandeiras
Em nome de Deus
Vila, Vila Boa goiana
Minha mãe lusitana
Arraial de Santana
Velhos Farricocos meninos
Tocam todos os sinos
Do amor, do destino.
Tocam todos os sinos
Doa amor, do destino.
O Rio é Vermelho brilhante
Onde a lua minguante
Fica cheia de amor
A Serra é Dourada de areia
Goiandira semeia
A essência da cor
Vida tudo é só sentimento
Casa velha da ponte
Fogaréu, Fogaréu...
Vida, os mistérios são tantos
Veiga Vale fez Santos
Vivem no Boa Morte
Cora e o poema do milho
Cada mãe com o seu filho
Meu amor meu exílio
Tudo é pleno de paz
Meu amor, meu Goiás.
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Página publicada em junho de 2021
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